Toda arte é política. Todas as formas de representação, estando ou não conectadas a uma agenda social, trazem implicações que impactam nas formas de percepção do mundo. Toda arte reflete uma escolha e é fruto de um contexto. O conteúdo presente nas produções culturais refletem as ideias que elas querem discutir .
Em sua trajetória o FIF-BH – Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte – vêm se dedicando à pesquisa, investigação e aprofundamento nos vários campos do conhecimento que contribuem para o entendimento crítico do universo das imagens. Em 2013, o festival abordou a fotografia na intercessão com outras expressões poéticas. No ano de 2015, investigou-se as conexões entre a produção da imagem e as diversas visões de mundo. A Política da Imagens, surge como um desdobramento, questionando o contexto político nacional e internacional.
Na dimensão política, compreendida na relação das pessoas entre si e com o mundo, as imagens são uma forma de comunicação complexa que permite múltiplas leituras e interpretações. O cruzamento de diversas variáveis – sujeito, o contexto, o tempo, entre outras – faz as imagens contribuírem para a produção simbólica, impactando diretamente nos modos como as pessoas se enxergam e conhecem o mundo. Assim, se coloca a questão do controle sobre as imagens como tentativa de se deter o poder sobre a construção de subjetividades, individuais e coletivas.
Nessas tentativas de controle, as redes de distribuição de conteúdo se especializam cada vez mais na produção imagética, super-expondo o sujeito a imagens que passam a fazer parte de suas referências cotidianas, orientando suas experiências de realidade. Os espaços das redes de distribuição, que ganham identificação afetiva do público, se tornam ambientes de disputa política. Mas a profusão de imagens também produz desvios nas relações de poder. Podem provocar o surgimento de sistemas simbólicos mais equilibrados, baseado em relações éticas e plurais. A importância de se compreender o papel das imagens nas construções simbólicas está diretamente ligada à possibilidade de criticá-las e recriá-las provocando outras políticas, para realidades mais justas e diversas.